Os cães foram a primeira espécie a passar por um processo de domesticação, antes mesmo dos vegetais. Desde então, eles convivem com os seres humanos há pelo menos 30 mil anos. Estudos apontam que um lobo já extinto é o ancestral comum do cão e os lobos modernos e que o início da separação genética se deu por volta de 100 mil anos atrás. Ou seja, o início da domesticação do lobo é quase tão antigo quanto o surgimento da própria espécie humana moderna.
Há controvérsia entre pesquisadores a respeito de como se deu a domesticação do cão. Teriam os seres humanos percebido a utilidade em ter lobos por perto ou teriam esses animais se aproximado de grupos humanos a procura de algum benefício? Existem duas grandes teorias para explicar esse feito: uma linha acredita que os seres humanos, ao observar as estruturas sociais e as habilidades de caça de matilhas de lobos, adotaram filhotes para os utilizar como futuros caçadores de presas ágeis e grandes; outra linha afirma que os lobos se aproximaram das aldeias primitivas humanas atrás de sobras alimentares. Com o tempo, a tolerância entre eles aumentou até que os humanos se deram conta da utilidade em ter lobos por perto, na função de proteger a aldeia de ataques de grandes predadores. Uma vez que os lobos avisavam quando animais perigosos se aproximavam e os expulsavam das cercanias da aldeia.
Independente da teoria adotada, nos dias atuais, o ambiente social humano providencia um ambiente natural para os cães e, desde filhotes, eles são predispostos a desenvolver contatos estreitos com as pessoas. Conforme os cães crescem, a maioria de seus cuidadores relata que eles são capazes de entender perfeitamente o que as pessoas querem ou sentem. Muitos dizem: “Meu cachorro entende tudo, só falta falar!”