A medicina veterinária comportamental é baseada em Quatro Pilares:
Adaptação Ambiental – Consiste no provimento de local seguro com múltiplos recursos ambientais essenciais para os animais de estimação (ex: comida, água, banheiro, áreas com objetos para brincar, descansar e dormir). Além de, propiciar interações sociais positivas, sólidas e previsíveis com humanos e outros animais, da mesma espécie ou não, quando há essa possibilidade de contato. É fundamental que no ambiente o animal de estimação tenha a possibilidade de desenvolver territorialidade e estimular os sentidos visual, tátil, gustativo e olfatório.
Modificação Comportamental – Técnicas utilizadas para alterar comportamentos indesejáveis ou construir comportamentos desejáveis. Ela é estruturada com base nos modelos de condicionamento clássico (Pavlov) e condicionamento operante (Skinner). As técnicas utilizadas podem ser as de marcação de comportamento, autocontrole/escolha, dessensibilização, contra-condicionamento e condicionamento básico. A punição (+) não deve ser empregada como metodologia de treino e correção de comportamentos indesejáveis. Pois, há grande chance de agravar uma condição ou de desenvolver respostas indesejadas devido à insegurança que ela pode gerar.
Substâncias Psicoativas – Existem ao menos seis linhas de utilização de substâncias que podem ser empregadas para auxiliar na resolução de problemas comportamentais. São elas: o uso de alopatia (exclusivo do Médico Veterinário), nutracêuticos, feromônios, fitoterápicos, homeopatia e florais. Ou seja, as substâncias psicoativas podem ser consideradas como facilitadoras de alterações psíquicas manifestadas através da cognição, do estado emocional, da personalidade ou do próprio comportamento. No geral, as substâncias psicoativas agem sobre o sistema nervoso central com diferentes respostas, entre elas: ansiolíticas; antidepressivas; estabilizadoras de humor; antipsicóticas. A fim de, trazer o organismo a uma condição mais próxima possível de homeostase neurobiológica e de equilíbrio vital.
Engajamento Familiar – Como o próprio nome diz, é necessário que a unidade familiar humana esteja disposta a perceber o contexto e ajudar a família multiespécie a encontrar o equilíbrio. Para os tutores, se faz necessário ter vontade, disponibilidade de tempo e dedicação durante os treinos e propostas sugeridas em consulta. Tão importante quanto, o desenvolvimento de laços afetivos vai além do entendimento da própria existência, remetendo-o à coevolução interespecífica que se deu há milhares de anos.